A fragmentação da sociedade necrosante em crise paradigmática - antigos desafios e novas perspectivas nos cem anos de Edgar Naoun Morin em um pensamento complexo interdisciplinar - transdisciplinar atualíssimo mui a frente de seu tempo

 

A fragmentação da sociedade necrosante em crise paradigmática - antigos desafios e novas perspectivas nos cem anos de Edgar Naoun Morin em um pensamento complexo interdisciplinar - transdisciplinar  atualíssimo mui a frente de seu tempo

Francisco Hermes Batista Alencar

(E-mail: fhba.sb@gmail.com)

 

Teatralmente, a figura de Edgar Naoun Morin é extraordinária; amigo nosso que polemiza todas as coisas, tudo aquilo que observa ao seu redor. E, um dos tópicos mais importantes de sua atuação certamente vale relembrar a questão da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade do pensamento complexo.[1]

Edgar Morin sempre prezou muito pelo intercâmbio entre as disciplinas; por esse conhecimento que está interligado; longe da grande fragmentação das ciências que observamos na atualidade,  enxergando as coisas como um todo. Aspecto muito importante defendido na obra do grande humanista francês Edgar Naoun Morin, conforme concepção do pensamento de CARVALHO (2021).[2]

 

Introdução

 

            Quando citamos o termo ‘complexidade’ de Morin, este tido como o artesão do Pensamento Complexo; isso não é uma solução mas constitui-se em um problema; uma pensamento que busca chegar mais próximo de todas as dimensões, por exemplo, de um fenômeno: O que é o homem, ou o que significa o ser humano neste mundo?

            Mesmo assim, o que vem a se constituir em um fenômeno simultaneamente material, físico, metafísico, cultural, espiritual, intelectual, emocional e, assim por diante. Então, a palavra complexidade é irmã-gêmea do vocábulo Transdisciplinaridade. Tem-se feito um certo escalonamento, assim sendo, uma certa geografia que distingue a transdisciplinaridade, da interdisciplinaridade, da multidisciplinaridade.

 

            1 A complexidade do pensamento de Edgar Naoun Morin

 

O trabalho e a obra do pensador humanista francês Edgar Naoun Morin é defendido pela antropóloga professora da UFRN-Natal-RN Dra. Maria da Conceição Xavier de Almeida (2021), sob a entrevista do Dr. Robson Carvalho; Morin nasceu em Paris no ano de 1921, descendente de espanhóis mas de identidade múltipla. Ele abriu mão de toda a vida acadêmica normal, como geralmente a maioria de nós temos; e, aventurou-se como um ‘Ulisses do pensamento’; na medida em que desde a idade de adolescente envolveu-se nas lutas políticas: Participou da resistência francesa, fez parte do partido comunista, construiu três graduações, mas preferiu entrar por outras searas das ciências.[3]

Este teve uma forte formação ligada à Física, a Biologia, a Filosofia; sendo assim, mesmo sem fazer mestrado ou doutorado, apesar de ser professor Honoris Causa de muitas universidades, teve esse importante trabalho de religar os conhecimentos, religar as ciências da natureza, as ciências da vida e as ciências do homem. Em nossa compreensão, Morin tem ares do próprio René Descartes, o qual instaurou uma nova ordem de conhecimento, importante para as ciências.

Desde a década de 1960, aproximadamente, Edgar Naoun Morin já fazia suas investidas, sobretudo, no campo de teoria da Comunicação da Massa; na cultura, da política, inaugurou uma Sociologia do Presente; a qual pensava dar conta da História no momento do ‘calor dos acontecimentos’; com isso, dedicou-se a criar grandes princípios, para refazer ou reconstruir o métodos das ciências.  De fato, Edgar Morin por ser um grande amigo nosso desde tempos imemoráveis, sempre foi um apaixonado pela cultura científica, sendo absolutamente tecnológico; atual frequentemente, ou diariamente, em muitas revistas nas redes sociais; utiliza-se de contas no Twitter, no Instagram; enfim, é este homem que consideramos um adolescente mesmo aos quase 101 anos de idade.[4]

Segundo a concepção da  professora Maria da Conceição Xavier de ALMEIDA, ALTMICKS, ARAÚJO & BÜLCÃO (2021, p. 15ª):

 

 

Para Edgar Morin a interdisciplinaridade configura-se como o primeiro exercício mais simples, mas não é isso o que se propõe o pensamento complexo; mas o pensamento complexo supõe-se sempre a transdisciplinaridade. Ou seja, ele tem  esse viés de atravessar as disciplinas; por que, de fato, todas as coisas, todos os fenômenos sejam estes sociais, físicos, culturais, sejam eles relacionais, inter relacionais, eles não são somente físicos, ou individuais, ou culturais, eles transcendem tudo isso e suas práticas. (ALMEIDA et al., 2021, 15ª)

 

 

            Na verdade, somente podemos falar de interdisciplinaridade, conforme ALMEIDA et al. (2021), ou mesmo a multidisciplinaridade nos dias hodiernos; uma vez que no passado, toda a natureza, da vida, do indivíduo, da política, da sociedade, podia-se somente falar em interdisciplinaridade; pois, o pensamento científico não dividia os conhecimentos, ou o que é uma disciplina: Seja a Biologia, a Física, são dimensões; na verdade, nós disciplinarizamos o conhecimento científico, recortamos, fragmentamos o que não tem disciplinaridade nenhuma.[5]

           

2 Fragmentação do conhecimento e transdisciplinaridade

           

            Na realidade, todas as coisas são marcadas pela dimensão física, senão não poderíamos viver; senão pela dimensão imaginária, consoante Fernandes & Mansur (2011); nas quais duplicamos o fenômeno físico ou o ampliamos; o fenômeno material, social. Então, todas as coisas são em si mesmas transdisciplinaridade.

Consoante a concepção do pensamento de MORAIS & MORIN (2003, p. 47ª):

 

O ser transdisciplinar não tem uma disciplina recortada; por exemplo, todos os fenômenos têm suas linhas de dimensões sociais, há uma dimensão histórica, há uma dimensão espiritual; por exemplo, o dólar sobe ou desce, e vice-versa; às vezes, o sociólogo de um acontecimento ou um ruído na área moral. (MORAIS & MORIN, 2003, p. 47ª)

 

 

Por exemplo, seria o suficiente segundo um ato conforme MORAIS & MORIN (2003), quando um estadista comete um ato daquilo que a sociedade denomina de ‘amoral’, para que esse dólar baixe imediatamente. Hodiernamente observamos essas subidas e descidas da moeda norte-americana.[6]

           

3 Pensamento complexo no cotidiano escolar[7]

            Entretanto, os valores em função de atitudes políticas, dos dirigentes dos vários países.[8] A ideia de transdisciplinaridade é esta: Aquilo que atravessa tudo aquilo que chamamos de disciplinas; na realidade, são dimensões, as coisas tem uma dimensão física, visível sim; para além disso, elas têm uma dimensão espiritual, uma dimensão moral, uma dimensão cultural, uma dimensão moral, uma dimensão geográfica e, assim por diante.[9]

            Ao relembrarmos as contribuições durante o centenário de nascituro de Edgar Morin, a antropóloga potiguar dra. Maria da Conceição Xavier de ALMEIDA, MOURA & PERRENOUD (2021, p.37ª), ainda vem colocar sobre a frutuosa obra do pensamento complexo francês frente aos desafios da realidade brasileira e latinoamericana:

 

Uma das mais recentes de suas produções científicas - de Morin, denominada Aventura do Método, considerada da sua obra principal, não fazemos essa distinção; trata-se da obra sobre o ‘método do bem pensar’ - do método científico igualmente. ao que Morin afirma que seu método é curiosamente sempre chega a tona em momentos de crises do mundo; Morin nasceu em 08 de Julho de 1921, o mesmo vivenciou guerras, conflitos no Oriente, vivenciou muitas crises; como a crise de Maio de 1968, da adolescência, dos estudantes, depois emaranhou e tornou-se um fenômeno de ira, de desordem da sociedade muito importante. (ALMEIDA, 2021, p. 37ª)

 

Assim como afirma ALMEIDA et al. (2021), os jovens e adolescentes souberam muito bem incorporar, em fazerem a denúncia em praça pública; o que Morin costuma dizer em seu livro ‘Aventura do método' que sempre ganha espaço em épocas de crises. Porque em uma época de crise como vivemos hodiernamente nesse novo mundo interconectado, nesse momento percebemos não que a ciência não dê conta disso; mas da insuficiência dos próprios conhecimentos científicos, em relação aos fenômenos que são colocados ‘como novos fenômenos’ - também chamados fenômenos emergentes.[10]

 

4 Uma sociedade necrosante em crise paradigmática

 

Assim sendo, tudo aquilo que não estava na plataforma de visibilidade da época; então, segundo o pensamento de Edgar N. Morin não se restringe, consoante exposição da antropóloga potiguar a Dra. MAria da Conceição Xavier de ALMEIDA et al. (UFRN, 2021, p. 51ª):

 

Não é um requinte intelectual, as ideias de complexidade, as ideias de interdisciplinaridade-transdisciplinaridade, a ideia de um método capaz de religar as ciências da vida, as ciências do homem, as ciências do mundo físico não são requintes da intelectualidade nem muito menos  da academia; Morin defende que o pensamento complexo deverá chegar às ruas e às praças. (ALMEIDA et al., 2021, p. 51ª)

 

            Entretanto, para ALMEIDA et al. (2021), em suas práticas vem tratar de uma forma ao apreender o mundo em sua multidimensionalidade, bem longe das certezas, longe das teorias que dizem isto assim. pois, a ideia de complexidade surge no pensamento de Edgar Morin muito forte a esse respeito.[11]

            Morin trata de uma forma de compreender o mundo e sua multidimensionalidade, bem longe das certezas prontas e acabadas,  longe das teorias que ‘dizem que isto é assim’.[12] A ideia de complexidade surgiu a exemplo do pensamento de Edgar Naoun Morin que é muito forte, assim sendo.[13]

           

Considerações Finais

 

Finalmente, ao supor as incertezas sobre as suas últimas entrevistas sobre a crise pandêmica, quase que diariamente, diz que devemos esperar pelo inesperado. Estarmos atentos - nosso grande desafio será ‘esperar pelo inesperado’. O mais importante de tudo isso é que nos produz esperança e, novamente, a posse no ser humano. Vejamos que a ciência durante algum tempo deteve-se em fazer o que veio a chamar-se ‘a morte de Deus’; a morte do homem; o pensamento de Edgar Morin vem ‘reabilitar o humano’ a fazer suas próprias apostas de dias melhores.

As ideias de complexidade no pensamento de Edgar N. Morin, ajudam-nos a compreender que as coisas não são como nós descrevemos mais pela ciência clássica; o que não se configura e nenhuma revolução do pensamento científico na área mesma do pensamento propriamente das ideias. Se nada está definido, se é possível a partir desta física do passado, por exemplo, de um pandemia, impossível a partir disso ter uma projeção de um futuro; então, ‘nada está predeterminado’.

Uma vez que isso significa propriamente uma revolução vivenciada hodiernamente em nosso mundo no qual estamos absolutamente em redes.  Absolutamente, conectados ao limitar-se tradicionalmente entre as áreas transdisciplinares, de limites entre os fenômenos políticos,  econômicos, ou individuais, ou mesmo psicológicos, ou até os fenômenos científicos, estão todas transbordadas, logo, não há limites entre as mesmas.

 

Resumo

 

Por isso que Edgar Morin vem afirmar que nesses momentos de crise, quando aparecem fenômenos que a ciências não conseguem explicar; esses são os momentos nos quais o pensamento da antropóloga dra. Maria da Conceição Xavier de Almeida (2021) tiveram maior ascendência. Exatamente por isso para sermos rigorosos, hoje para bem pensarmos: Não podemos afirmar - daqui a cinco anos será assim  dessa forma.[14] Uma vez que o mundo está tão interconectado que somente seria suficiente que um fato singular aconteça em uma dada localidade; por exemplo, na emergência do coronavírus em suas muitas variantes sendo suficiente para gerar uma certa desordem em um lugar onde se reproduza por todo nosso planeta: Não há mais barreiras alfandegárias, nacionais, sanitárias, políticas, enfim. Então, o pensamento de Edgar Morin mantém-se firmemente estabelecido no qual em comemoração aos seus 100 anos de nascimentos vive-se essa overdose, digamos assim, de merecidas homenagens. Pois, é um pensamento que permite surpreender a incerteza. Ao invés de ser alguma coisa que desmobiliza,  por exemplo, como o negacionismo; ao contrário, as incertezas dizem que como nada está determinado, possivelmente, não podemos fazer nossas apostas. como nada está definitivamente pré-determinado precisamos debruçar sobre isto e estudar profundamente seus fenômenos, seus dados, buscar todas suas as causas, compreender seus efeitos; e, não em uma visão fatiada da realidade, mas na visão complexa que considera todos os aspectos daquele determinado tipo de problema.

 

Palavras-chave: BNCC. Educação Ambiental Crítica. Processo Ensino-aprendizagem. Pensamento Complexo Necrosante.

 

Referências:

 

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[1] De Imersão Histórica - Você sabe por que Florença tem uma rua chamada “Rua dos Leões”? Ou sabe quais são segredos escondidos nas criptas da Basílica de São Pedro, principal atração do Vaticano? Tudo isso e muito mais você encontra no curso de Imersão Histórica Italiana, onde as aulas em estilo de documentário vão te deixar por dentro de todas as curiosidades sobre os mais famosos pontos turísticos da Itália.

 

[2] Segundo Morin (H. Mariotti, 2021. p. 02ª), nós somos homo sapiens sapiens, porém deve-se acrescentar um demens, pois é muito sistemático um ou dois sapiens e a nova agregação nos mostra como somos descomedidos. Todo homem é duplo, ao mesmo tempo em que é racional apresenta demência. O Pensamento Complexo é uma maneira de sair de um padrão de pensamento, levando ao fragmento do conhecimento, negligenciando as relações que existem entre esses conhecimentos e que são essenciais à visão significativa do todo.

[3] Conheça mais sobre o PANTEÃO ROMANO (2022): Erguido há mais de dois mil anos, durante o período do Império Romano, esse templo é um dos maiores símbolos da antiguidade de Roma e um dos monumentos mais bem preservados da época! Ele foi construído como um templo para glorificar e homenagear diversos deuses romanos. O nome do monumento é derivado das palavras gregas pan e theos, que significa "todos os deuses".

 

[4] Conforme Escrito no Evangelho de São Marcos 7, 14-23: Jesus lhes disse: “Será que nem vós compreendeis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa pode torná-la impura, 19 porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para a fossa?” Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros.20 Ele disse: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21 Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22 adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23 Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem” (...)

[5] A noção de pensamento complexo foi assim denominada pelo filósofo francês Edgar Morin e refere-se à capacidade de interligar diferentes dimensões do real. Perante a emergência de acontecimentos ou de objetos multidimensionais, interativos e com componentes aleatórios, a pessoa vê-se obrigada a desenvolver uma estratégia de pensamento que não seja redutora nem totalizante, mas reflexiva. Morin chamou essa capacidade de pensamento complexo.

[6] Este conceito opõe-se à divisão disciplinar e promove uma abordagem transdisciplinar e holística, mas sem abandonar a noção das partes constituintes do todo. A sistémica, a cibernética e as teorias da informação sustentam o pensamento complexo.

[7] O pensamento complexo também é conhecido pelos nomes de teoria da complexidade, desafio da complexidade, pensamento da complexidade ou simplesmente como complexidade.E além de ser usado na epistemologia, o pensamento complexo é aplicado também na filosofia, na pedagogia, na matemática, física, economia, informática, psicologia, arquitetura e mais diversas outras áreas.

 

[9] Ainda cabe dizer que o pensamento complexo, por muitas vezes, surge como um sinônimo de epistemologia da complexidade (ramo da filosofia da ciência que fora inaugurado por Edgar Morin, Ilya Prigogine e Isabelle Stengers na década de 70).

[10] Sendo assim, já pode-se dizer que o pensamento complexo baseia-se em três princípios fundamentais: a dialogia (a coerência do sistema aparece com o paradoxo), a recursividade (a capacidade da retroação de modificar o sistema) e a hologramia (tomar a parte pelo todo e o todo pela parte).

[11] Pois, o pensamento complexo, por conseguinte, é uma estratégia ou uma forma do pensamento que tem uma intenção globalizadora ou abarcante dos fenómenos mas que, ao mesmo tempo, reconhece a especificidade das partes. A solução passa pela rearticulação dos conhecimentos através da aplicação dos princípios mencionados.

[12] Assim, o sociólogo e pensador francês, Edgar Morin, sugere uma reforma de pensamento que segue em direção a um pensamento complexo e que concede assistência para uma interpretação da realidade de modo mais contextualizado. Há como elementos essenciais de um pensamento complexo a auto-eco-organização (uma nova maneira de ver a indissociabilidade entre sujeito e mundo) e o sujeito cognoscente (quem realiza um ato de conhecimento através do pensamento), sendo esses dois fatores determinantes para a construção desse pensamento.

 

[13] Entretanto, tudo o que está relacionado com o pensamento complexo está relacionado com a epistemologia (a doutrina dos métodos do conhecimento científico). O objeto de estudo da epistemologia ou da teoria do conhecimento é a produção e a validação do conhecimento científico através da análise de diferentes critérios.

[14] Pois, Edgar N. Morin (2021) busca por meio desse pensamento trazer de voltar o conhecimento que até então se encontra adormecido, sendo que para fazer isso é feito um reagrupamento da unidade e da diversidade. Mas conforme o tempo passou, logo, as teoria valeram apenas para estudos por área e se tornou pouco compreendida a complexidade das questões do ser humano. Em suma, essa teoria de Edgar Morin tem como base os elementos que ele considera como os pilares da ciência moderna que são: ordem, separabilidade e também a lógica indutiva e lógica dedutiva.

 

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